sexta-feira, 19 de outubro de 2012

ANÉIS DE AR


 Anéis de ar *


Lindo é o golfinho

que baila no mar

nada á luz do dia

e á luz do luar


Seu sorriso amigável

atrai o ser humano

que encantado o observa

cruzar o oceano


Com ar inocente

o golfinho brinca contente

desenha nas águas móveis

curiosos anéis de ar

que agitados se dissolvem

diante do humano e perplexo olhar


Úrsula Avner


 Anéis de ar *


Lindo é o golfinho

que baila no mar

nada á luz do dia

e á luz do luar


Seu sorriso amigável

atrai o ser humano

que encantado o observa

cruzar o oceano


Com ar inocente

o golfinho brinca contente

desenha nas águas móveis

curiosos anéis de ar

que agitados se dissolvem

diante do humano e perplexo olhar


Úrsula Avner

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

COISA BOA


Sônia Barros

Arraia, bandeira, cafifa, morcego, pandorga, papagaio, periquito, pipa, quadrado, raia, tapioca...


COISA BOA



Coisa boaé empinar pipa no pasto.

Para não se perder no infinito,
o olhar se prende no rastro colorido
que o rabo da pipa pinta no céu.

A pipa é só um pontinho
lá longe
em cima da linha do horizonte.



Coisa boa
é a hora do banho
pra eu me fazer de marinheiro
e transformar em mar
a água do chuveiro.

Rodo vira remo,
tapete vira barco,
e o banheiro...
fica um charco!



Galinha-d'angola 
  Coisa boa
  
é correr atrás
  de uma galinha-d’angola.

  Ela diz que está fraca,
  mas dá uma baita canseira.
  Parece que joguei bola
  a manhã inteira!


 

Coisa boaé descansar num tapete macio
de folhas e grama.

Mastigar um talo de cana,
ouvindo o uivo do vento
e o burburinho do rio.

 

A LUA É DO RAUL

A lua é do Raul

A LUA É DO RAUL

Raio de lua.
Luar.
Lua do ar
azul.

Roda da lua.
Aro da roda
na tua
rua,
Raul!

Roda o luar
na rua
toda
azul.

Roda o aro da lua.

Raul,
a lua é tua,
a lua da tua rua!

A lua do aro azul.

Gato da China


GATO DA CHINA
Gato branco e preto
Era uma vez
Um gato chinês

Que morava em Xangai
Sem mãe e sem pai

Que sorria amarelo
Para o Rio Amarelo

Com seus olhos puxados
Um pra cada lado

Era um gato mais preto
Que tinta nanquim

De bigodes compridos
Feito um mandarim

Que quando espirrava
Só fazia “chin!”

Era um gato esquisito
Comia com palitos

E quando tinha fome
Miava “ming-au!”

Mas lambia o mingauGato preto
Com sua língua de pau

Não era um bicho mau
Esse gato chinês

Era até legal
Quer que eu conte outra vez?
               Do CD Brincando com Palavras (2005)
 

terça-feira, 26 de junho de 2012

MATEANDO COM A MAMÃE


MATEANDO COM A MAMÃE
                Odilon Ramos
Foi hoje, agora a pouco
Eu fiz um mate assim,
Tão bem feitinho, cevado com
Tal jeito e carinho
Que eu me lembrei
Assim de relancina
Do primeiro mate que tomei
Foi minha mãe que fez
E era tão doce,
Doce como ela era e ainda é
Eu era piá, um naquinho de gente
E para ganhar um mate
Eu esperava
Até que ele não fosse mais forte
E nem tão quente
No beiral da porta da cozinha
Que era de chão batido
Varridinha com a vassoura de guanxuma
Eu me sentava e pedia manhoso:
_ mãe! Me dá um mate?
E esperava até que ela achasse
Que já dava para dar um mate
Para o seu guri
Quantas lições de vida eu aprendi
No mate doce que minha mãe fez
Aprendi obediência
Aprendi a ter paciência para espera a minha vez
_ Segura com as duas mãos!
_ Não vá mexer na bomba!
Eram ordens, mas tão brandas
Dadas com tanta ternura!
Da boca da minha mãe eu nunca ouvi nome feio
Nunca uma palavra dura
Que puxa! Quanta saudade
Minha infância, a mocidade
E aquele mate inocente
Que sem ser forte e nem quente
Era tudo que eu queria
Como eu ficava radiante
E me sentia importante
Com aquela cuia de mate
Que minha mãe me estendia
E foram mates de leite
As vezes mate de mel
Com açúcar esfregado
Com canela, que minha mãe fazia
Diferente um do outro cada dia
Minha mãe agora velhinha!
E espera as horas, dias sentadinha
Ou suspirando debruçada na janela
Que este filho, gaudério  desgarrado
Um dia desses sente do seu lado
E tire um tempo para matear com ela
Eu sou sim mãezinha, te prometo..
Também ando cansado de matear sozinho
E quando eu bolear a perna no teu rancho
Deixe que eu ceve um mate pra nós
Uma mate doce, que eu vou adoçar pra ti
Com meu carinho.